quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Funeral do esquecido

Em geral acaba assim;
Eu sozinho, novamente, sem ter a mínima ideia do que aconteceu.
Me fazendo milhões de perguntas, e esperando que elas sejam respondidas
Quem sabe na próxima tentativa de viver, de brincar de ser humano.

Já falhei dezenas de vezes, em verdade digo que a primeira nem me lembro,
Só sei que começa, goza-se, e então termina, volto a ser uma caixa vazia,
Tachado como psicótico ou mente brilhante incompreendida.

Dor nem havia nas primeiras vezes,
Entretanto foi se tornando insaturável
Como o rangido da janela que por vezes tentou concertar.

Nas noites entro em crises
Ao me perguntar se algum destes momentos foram verdades,
E quando olho pro cinzeiro tenho um objeto que me deixa concretizado,
A dor da perda é verdadeira e é impossível iludir os fatos.

A todos que me construíram tenho muito a agradecer,
Pena de minha parte que nem mesmo saberei quando desfalecer,
Morrer no sentido de todo o final,
Em minha vida eles já morreram a final.
Os corpos de alguns minha mente nem se lembra mais,
Os objetos que os representou encontra-se guardados e não esquecerei já mais.

Um homem feito de perdas, mas que acredita ter conhecido a felicidade.
Em Alguns a menos em outros a mais,
Somente esquecido aquele que laços não traz.