domingo, 30 de janeiro de 2011

A arte de se comer pipas


Elas voam e nós olhamos

Elas se exaltam e nós contemplamos

Elas batalham e nós vibramos

Elas perdem e nós comemos

Pois pipa nos alimenta

Supre como o arroz e o feijão

Aqui de pouco se tem e de pouco se vive

Já que arroz e feijão não cai do céu

Pipas comemos, pois pipa é o que temos

Nesta terra diversão vem sempre na frente

Vem mais ate mesmo que a fome de comer

Toda via vos digo que não é por opção,

Quando fome se tem não se vê nenhum grão

Aqui quando comida se tem é como chuva em sertão.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ensaio de uma viagem

Banho frio....BLAH! Ninguém merece.
O café esta frio, a água esta fria, o dia esta frio, mas mesmo entre tantos acondicionais meu coração ainda esta quente. Tomo banho frio, engulo o café frio, e dou um beijo quente em meu amor. Ao fechar a porta me lembro, do back que não fumei ontem a noite. Retorno, guardo em meu bolso e deço as escadas. Ao pé do corredor noto um lugar oportuno, acendo o back e faço de minha alegria no diurno.
Em pouco tempo chego em um ponto, lotado de pessoas com olhos tontos. Cansadas de seus dias de trabalho indesejado, do qual só fazem para poder chegar em casa e ter certeza da comida no prato.
Entro no ônibus, 393 lotado. Provavelmente veio cheio desde Bangu, não do desconhecimento de ninguém a precariedade do transporte publico. Olho a catraca, mas evito-la, fico ao lado da frente da roleta, aguardando ele esvaziar.
Chegamos a penha, engarrafamento tradicional as 7h da manhã, estranho nesta cidade é quando este trecho não esta engarrafado.
Ônibus cheio, cansado vejo um lugar para sentar na escada de apoio do cobrador. Ao sentar observo o cenário. A minha frente um rapaz atento ao ponto próximo que ira descer, ao seu lado um garoto dorme com sua mochila nos joelhos, a frente um velho dorme em um banco isolado, suas vestimentas e sua expressão não dizem nada. Eu ate mesmo acreditaria que ele pegou este ônibus só pra tirar seu cochilo da manha e curtir a viajem.